Dia da Criança tem festa e também preocupação com futuro

Campo Grande News - http://www.campogrande.news.com.br/ - 12/10/2010
Música, balões coloridos, cama-elástica e teatro fizeram a alegria das crianças da aldeia Água Bonita, região Norte de Campo Grande. Mas enquanto os pequenos brincam, os mais velhos já se preocupam em como manter a tradição indígena entre meninos e meninas que nasceram na cidade.

A festa do Dia das Crianças, realizada no último sábado, foi iniciativa de um grupo de adolescentes indígenas que participam de um projeto do Ibiss/CO (Instituto Brasileiro de Inovações pró-Sociedade Saudável Centro Oeste).

"Muitos nascem na cidade. Os pais querem que as crianças façam faculdade, por exemplo, mas não acham que vale a pena ensinar a língua, manter a cultura", afirma Denize Modesto Vicente, de 18 anos.

Márcia Natasha Marques, de 12 anos, é uma das poucas que domina o terena. Ela explica que o português é mais falado na aldeia urbana, já o terena é a língua oficial na aldeia Cachoeirinha, em Miranda, onde mora seus parentes.

Sorridente, Márcia conta que gosta da liberdade do campo. "Nadar no açude com as primas". Na cidade, as diversão é jogar vôlei com as amigas. Márcia mora com os pais e mais quatro irmãos.

Com seu único filho nos braços, Vitorina Paulino, de 34 anos, conta que pretende repassar as tradições culturais para o menino de dois anos. "Vou ensinar tudo para ele".

Vitorina mora na Lagoa Bonita há dois anos, quando se mudou de uma aldeia de Aquidauana. "Aqui é melhor".

Líder da aldeia, Nito Nelson ressalta que o local carece de uma sala de aula onde as crianças pudessem aprender, além da língua, mais sobre sua história e tradição.

A Água Bonita tem quase 400 moradores, com cerca de cem crianças. A maioria dos moradores da etnia é terena, mas também há famílias guarani-caiuá.

Ele reclama do abandono. "Basta olhar ao redor". Em seguida, aponta para o local onde é realizada a festa. A oca, espaço destinado a festas e cursos, está com todos os vidros das janelas quebrados.

Abandono - Usuários de drogas retiraram parte de uma das janelas para ter acesso ao local. "Eles entram para beber e usar drogas. É complicado. Não sei mais o que fazer com essa molecada". A liderança afirma que já protocolou diversos ofícios à polícia, mas sem sucesso.

De acordo com Lucirene de Souza Silva Reitman, coordenadora da Casa da Juventude, a intenção é ampliar o projeto do Ibiss para também oferecer atividade às crianças.

Uma prévia do projeto foi apresentada na festa, onde um público mirim recebeu, por meio de um teatro de fantoches, informações sobre o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e trabalho infantil.

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PIB:Mato Grosso do Sul

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