As comunidades indígenas costumam levar uma vida cerimonial marcada por festas e rituais que movimentam as tribos e atraem "parentes" de outras aldeias. Os guajajaras da Aldeia Funil, encravada na Reserva Araribóia, no município de Amarante (a 674 km de São Luís), estão resgatando um desses rituais: a "Festa do Mel", que a aldeia não realizava há sete anos.
Em algumas aldeias Guajajara, a festa não acontecia havia 61 anos. Por isso ainda é desconhecida pela grande maioria dos índios daquela etnia, sobretudo os mais jovens.
A iniciativa de resgatar a beleza, o sobrenatural e toda ritualística da "Festa do Mel" é do cacique Vicente Hamu Guajajara, que nem sabe ao certo a idade que tem. Ele estima que esteja chegando aos 82 anos, mas tem a consciência de que se faz necessário preservar a cultura e, acima de tudo, trazer de volta antigas, e quase esquecidas, tradições de seu povo.
A festa dura praticamente um mês. Nesse período, os índios da aldeia anfitriã e das que participam da festa saem à cata do mel, que é "religiosamente" armazenado no local onde é feito o cerimonial.
O ponto alto do evento foi na última quarta-feira (16), quando os guajajaras que vivem nas aldeias da Reserva Araribóia tomaram conta da Aldeia Funil.
Adultos, jovens e crianças - índios e não índios - se acomodaram como puderam, pois não havia abrigo pra todos. Quem não conseguiu abrigo na casa de parentes teve de atar as redes debaixo das inúmeras mangueiras encontradas na aldeia; outros ficaram na rua mesmo.
Com o apoio da Funai (Imperatriz), dez bois foram abatidos para garantir a alimentação dos participantes da festa, que antes da cerimônia aproveitaram para se refrescar nas águas do rio Buriticupu, que passa pela aldeia.
Para o chefe do Posto Indígena, Araribóia Sotero Oliveira, é mais do que importante a iniciativa de se resgatar as tradições dos povos indígenas. Entretanto, ele admite que para atingir esse fim há uma enorme dificuldade, que esbarra na falta de recursos.
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins
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- TI Araribóia
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