Índios bloqueiam MA-226 e ameaçam atear fogo em torre da Eletronorte

Jornal Pequeno-MA - 10/05/2007
Os índios Guajajara bloqueiaram desde a noite de terça-feira, 8, a MA-226, que liga o município de Jenipapo dos Vieiras à cidade de Grajaú, no Centro-Sul do Maranhão. Eles exigem a presença de Márcio Meira, presidente da Funai, para ouvir suas reivindicações e resolver o impasse. Entre os manifestantes encontram-se também índios das etnias Kanela e Krikati. Os indígenas, que pertencem à aldeia Santa Maria, alegam que a falta de verbas e um repasse feito à cidade de Imperatriz prejudicou ainda mais a situação dos povos que vivem nos municípios de Arame, Barra do Corda e Fernando Falcão.

Segundo o cacique José Mário Guajajara, "o governo quer tratar índios como brancos, sem olhar as diferenças culturais e sem oferecer infra-estrutura às aldeias para que os povos indígenas tenham um mínimo de qualidade de vida". Ele afirmou que os índos estão sem remédio, sem transporte escolar e sem assistência.

Uma fogueira de 20 metros de altura foi montada embaixo de uma das torres da Eletronorte que passam pela reserva. E uma outra menor foi erguida mais à frente. Os caciques e lideranças estão irredutíveis e ameaçaram que, se não houver intermediação direta da Funai, as torres serão queimadas.

Mais de dois mil índios estão concentrados na aldeia Santa Maria, no território do município de Jenipapo dos Vieiras. A estrada foi bloqueada e eles estão armados com arco, flecha, paus, pedras e algumas armas de fogo. Muitos estão com as caras pintadas de preto e vermelho, como se estivessem prontos para uma guerra.

O delegado da Polícia Civil de Barra do Corda, acompanhado de uma equipe de policiais militares, foi até o local tentar uma negociação e o desbloqueio, mesmo que temporário, da estrada para a passagem das 23 carretas que estavam paradas no posto fora da reserva, mas a tentativa foi em vão.

Alguns caminhoneiros que esperam a liberação estão desesperados, pois carregam produtos perecíveis e correm o risco de perder o frete e amargar o prejuízo. Pessoas que precisam de tratamento médico em cidades como Imperatriz também estão sendo prejudicadas e algumas correm risco de morte.

Os ônibus que carregam passageiros de Imperatriz, Balsas, Açailândia, e Porto Franco ficaram parados.
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins

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