Caingangue

O prefeito de Três Palmeiras, cidade da Zona da Produção, localizada entre Nonoai e Ronda Alta, decretou ontem situação de emergência no município. Conforme Nédio Valduga, a cidade está praticamente isolada, em função das barreiras montadas por índios e colonos, na localidade de Alto Recreio, que impedem o tráfego pela RS 324, via de ligação do Norte do Estado com o Oeste catarinense, desde quarta-feira da semana passada. O prefeito informa que o transporte escolar não é realizado há oito dias e 215 alunos estão sem aulas. Além, disso, a cidade está parcialmente desabastecida porque os caminhões com cargas de alimentos não passam pelas barreiras. Três Palmeiras também ficou sem transporte intermunicipal de passageiros. Pelas barreiras só passam ambulâncias e caminhões que recolhem leite nas granjas.
No município, com pouco mais de 3 mil habitantes, 'a situação está à beira do desespero', afirma o presidente da Associação Comercial, Alcir Cremonini. Conforme ele, a maioria dos estabelecimentos está desabastecida por não receber mercadorias da Grande Porto Alegre. Os ônibus não transitam mais e produtos encomendados há mais de uma semana não chegam porque os fornecedores alegam que não vão fazer despesas só para fazer parte das entregas previstas para a região', justifica Cremonini.
A reunião que estava prevista para ontem, entre representantes do governo do Estado, agricultores e caingangues, em Alto Recreio, acabou não saindo. Os manifestantes querem o imediato reassentamento de 298 famílias de agricultores que residem sobre a Reserva da Serrinha e que serão desalojados para dar lugar aos índios.
A Associação dos Motoristas de Caminhão da Região de Ronda Alta, cujos associados são prejudicados com o bloqueio, ameaça obstruir, a partir desta quarta-feira, as BRs 386 e 285.

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