Índios vão às cidades para escapar da fome

Gazeta do Povo -Curitiba - PR - 19/04/2001
Caigangues da Reserva Ivaí vendem produtos fabricados de bambu

Índios caingangues estão vendendo artesanato em cidades do Noroeste do estado para escapar da fome na Reserva Ivaí, em Manoel Ribas, a cerca de 150 km de Maringá. Eles freqüentam as cidades para vender flautas de bambu, arco, flechas, balaios, cestos, enfeites e chapéus, fabricados com taquara. A terra, segundo os índios, não estaria sendo suficiente para o cultivo e abastecimento de 1,2 mil membros da aldeia, com cerca de mil alqueires. A Associação Indigenista de Maringá tem um estudo apontando que a questão indígena se resume à simples luta pela sobrevivência, com falta de alimentos, subnutrição e precariedade registras na Reserva Ivaí. No local, a agricultura (milho, feijão, batata doce e mandioca) não é suficiente para todos os membros. Sem alternativas econômicas, eles ainda sofrem um processo de descaracterização de sua cultura, há inclusive temor e vergonha de dominar seu próprio idioma, constata o representante da entidade, Irivaldo Joaquim de Souza. A influência do homem branco e a descaracterização da cultura é percebida entre os produtos vendidos pelos índios, entre eles alguns industrializados, como pingentes de metais, canetas de plástico adornadas com casca de cipó, penas e fios de nylon. A presença dos índios nas cidades é possível avaliar o quanto essa cultura está comprometida. Eles são simples, ingênuos. Muitas vezes é o comprador que fixa os preços dos artesanatos", avalia Souza. Campanha A Igreja Católica iniciou ontem uma campanha, que prossegue até sábado, para arrecadar donativos para os índios da Reserva Ivaí. Estão sendo recolhidos alimentos, sapatos e agasalhos que deverão ser entregues no próximo final de semana pela Pastoral da Promoção Humana da Paróquia da Catedral Nossa Senhora da Glória, de Maringá.
PIB:Sul

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