Passageiro morto no metrô era indígena da etnia Pataxó; 'aldeia está chocada e de luto', diz irmã
Acidente aconteceu na estação Campo Limpo da Linha 5-Lilás, na Zona Sul de São Paulo, na terça (6). Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno tinha 35 anos e deixou três filhos.
A aldeia indígena de Barra Velha, no Sul da Bahia, está em luto nesta quarta-feira (7), segundo a irmã de Lourivaldo Nepomuceno, o passageiro que morreu após ficar preso no vão entre o trem e a porta da plataforma de uma estação da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo.
O rapaz de 35 anos era indígena da etnia Pataxó e tinha parentes no território baiano.
A família está chocada, a aldeia indígena de Barra Velha em peso, a aldeia-mãe está chocada. Lá, hoje é luto, a escola não abre, hoje é dia de tristeza, que começou ontem.
Em entrevista à TV Globo, a moça fez um cântico da aldeia em homenagem ao irmão (veja vídeo acima).
Quem era Lourivaldo
Filho de pedreiro, estudante de educação física, sonhador, repositor de supermercado e bom pai. É assim que a família descreve Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno.
Ele faria aniversário no próximo domingo, 11 de maio, Dia das Mães. Morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ele era casado e tinha três filhos: uma menina de 17 anos do primeiro casamento e um casal, de 5 e 4 anos, do segundo casamento.
A vítima trabalhava como repositor de supermercado e dava aulas particulares de natação, além de cursar Educação Física. Ele usava o metrô todos os dias para se locomover na cidade.
Lourivaldo tinha o mesmo nome do pai. Eles moravam a poucos quilômetros um do outro e se falaram pela última vez no domingo. O plano deles era comemorar o aniversário no próximo final de semana com um churrasco.
"Ele era um cara forte, o dobro de mim, estruturado fisicamente, esperto também para morrer prensado em uma porta. Isso não entra na minha mente, até agora não quis entrar na minha mente e não vai entrar tão fácil. Preciso saber o porquê", desabafou o pai da vítima.
Nas redes sociais, familiares e amigos também lamentaram a morte de Lourivaldo.
Hoje nos despedimos de uma pessoa incrível. Meu primo foi um exemplo de pai, filho e irmão - sempre presente, amoroso, sonhador e cheio de esperança. Tinha um coração imenso e tratava todos com uma educação e gentileza que marcavam. Sua ausência deixa um vazio, mas a sua memória viverá para sempre em nossos corações.
- Gabriel Nepomuceno, primo de Lourivaldo
O velório está previsto para esta quinta-feira (8) no Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra.
Morte de passageiro
O acidente que tirou a vida do passageiro na terça aconteceu por volta das 8h, quando as plataformas da estação estavam lotadas.
O vão entre o trem e a porta da plataforma das estações da Linha 5-Lilás do metrô, administradas pela ViaMobilidade, não tem sensores de presença, que evitam esmagamento. A tecnologia pode detectar a presença de uma pessoa nesse espaço e impedir que o trem continue viagem.
A empresa informou que a empresa tem apenas sensores nos trens, para impedir acidentes e que eles partam com as portas abertas.
Após o acidente, a ViaMobilidade informou que vai instalar sensores nos vãos das plataformas até fevereiro de 2026.
Uma passageira que testemunhou o acidente contou à TV Globo que as pessoas ficaram desesperadas com a ocorrência.
"Dentro do metrô mesmo muita gente ficou nervosa. Pessoas começaram a gritar, chorar", disse a mulher, que preferiu não se identificar.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/05/07/passageiro-morto-no-metro-era-indigena-da-etnia-pataxo-aldeia-esta-chocada-e-de-luto-diz-irma.ghtml
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