Xavante de Pimentel Barbosa, norte de Mato Grosso, receberam uma difícil
missão dos anciãos da aldeia Etenhiritipá. Preocupados em registrar as
tradições do grupo para preservar suas tradições e divulgá-las os
não-índios, encarregaram Caimi Waissé e Jorge Protodi de registrar em
vídeo um dos mais importantes rituais dos indígenas. Assim nasceu o vídeo
Darini, que tem o mesmo nome do ritual de iniciação que retrata e foi
lançado em abril último, em São Paulo, e agora foi classificado para a 29ª
edição da Mostra Internacional BR de Cinema.
Segundo o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), o Darini é um ritual
tradicional que ocorre de 15 em 15 anos. Crianças e jovens, de dois a 19
anos de idade aprendem a importância da cultura Xavante, através de
músicas e danças, repetidas diariamente durante um mês. Para os indígenas,
esse ritual fortalece o físico e o espírito. Participam do Darini todos os
homens da aldeia, responsáveis por ensinar os cantos e danças. Nos últimos
dias, jovens e adultos saem pela mata entoando as canções, que falam
principalmente sobre as estações do ano. Todo o processo foi acompanhado
pelas câmeras comandadas pelos dois diretores, sem nenhuma interferência
de não-índios durante a gravação.
A idéia de registrar o ritual em vídeo foi conseqüência de um trabalho que
vem sendo desenvolvido pela ONG Nossa Tribo e pela Aliança dos Povos do
Roncador desde 2004. O trabalho, que conta com a fotógrafa Rosa Gauditano
e com a educadora Sônia Cavalari, leva índios para eventos e ensina
técnicas para que eles registram o cotidiano da comunidade. Depois da
gravação, a Universidade Metodista de São Paulo ofereceu o apoio para a
pós-produção.
Caimi Waissé acha que a oportunidade rendeu bons frutos. Além de fazer o
vídeo, eles aprenderam outras coisas ligadas à Comunicação. "É
interessante porque aprendemos tudo na prática. E este também é um meio de
tentar aprimorar a comunicação nas aldeias. Isso é bom para nos
fortalecermos", explica.
O vídeo, com duração de 46 minutos, foi lançado em abril na inauguração do
auditório do Museu Afro-Brasil, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, na
exposição Xavante no centro cultural Argos, em Jundiaí, e na Universidade
Metodista, em São Bernardo do Campo.
PIB:Leste do Mato Grosso
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- TI Pimentel Barbosa
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