Gazeta do Povo-Curitiba-PR - 19/10/2005
Os avá-guaranis exigem que a Funai arrende terras para a tribo.
O impasse entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e os índios avá-guarani na invasão que dura 16 dias no Parque Nacional do Iguaçu está próximo do fim. O juiz da 2.a. Vara Federal, Rony Ferreira, suspendeu por dez dias a concessão de liminar ao pedido de reintegração de posse solicitada pelo Ibama. Enquanto isso, a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve buscar uma área (na forma de arrendamento e com opção de compra) para assentar os 55 índios. Porém, o procurador federal da Funai, Fernando Gustavo Knoerr, não confirma a existência de recursos para isso.
A audiência ontem entre os índios e o Ibama foi tensa. Cerca de 30 índios pintados e portando arco e flecha acompanharam a dura negociação comandada pelo cacique Simão Tupã, que se mostra irredutível. O cacique argumenta que o Parque Nacional também pertence ao povo indígena. "A preservação do meio ambiente não se limita a cuidar de bichinhos e flores, mas também dos índios", ressalta.
O superintendente do Ibama no Paraná, Marino Elígio Gonçalves, mantém a posição do instituto, tomada na abertura da Estrada do Colono, desocupada à força pela Polícia Federal. Gonçalves também se queixa da falta de iniciativa da Funai em solucionar o problema. "A Funai tem dinheiro para arrendamento de terras e isso é uma solução possível", destaca.
Os avá-guarani ficam no parque enquanto acontecem a negociação das áreas. Se em dez dias não houver solução, o juiz federal Rony Ferreira volta a analisar o pedido de liminar.
PIB:Sul
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- TI Avá Guarani/Ocoí
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