Dourados News-Dourados-MS - 14/09/2005
Trinta e cinco lideres indígenas guarani-caiuá estão em Brasília desde ontem para acompanhar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) o julgamento da validade da portaria que demarca a terra Yvy Katu, em Japorã, no Mato Grosso do Sul. Segundo o cacique Rosalino Ortiz os índios reivindicam uma decisão favorável no processo que trará legitimidade ao direito indígena à área.
A portaria do Ministério da Justiça que estabelece a demarcação de Yvy Katu foi suspensa por decisão do STJ. O tribunal expediu medida cautelar em favor da Agropecuária Pedra Branca. O cacique disse que os fazendeiros se estabelecem na área por causa do dinheiro, mas os índios vão continuar lutando pelo direito. "Nós sabemos que aquela terra é nossa. Foi onde nós perdemos nossos avós, tataravôs e onde viveremos com os outros que ainda estão lá", argumentou.
A terra Yvy Katu foi retomada em 2003 pelos índios guarani-caiuá e nhandeva, que invadiram 14 fazendas da região. Rosalino nega que a terra tenha sido invadida, como argumentam os fazendeiros. "Nunca invadimos a terra. Nós não somos estrangeiros. Quem tomou foi o branco, o estrangeiro. Nós somos nativos e criados aqui. Somos a raiz do Brasil".
De acordo com o cacique os 1.648 hectares destinados aos índios da Aldeia Porto Lindo são insuficientes para garantir a sobrevivência deles. O julgamento do processo de validação da portaria que demarca os limites da terra será hoje, às 14h, pelos dez ministros do Superior Tribunal de Justiça da primeira seção.
PIB:Mato Grosso do Sul
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- TI Yvy Katu
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