Estudantes da UFMT fazem campanha de doação de agasalhos para uma tribo xavante

CO News - http://www.conews.com.br - 04/05/2016
Na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) campus de Barra do Garças, acadêmicos pediram doações para a aldeia indígena Namunkurá, que fica localizada a 130 km da cidade de Barra do Garças - MT. Foi deixada uma caixa de papelão no ambiente denominado "espaço da vivência" entre os dias 03 e 04 de maio. A ação aconteceu após o diretor de uma escola indígena, o senhor Gaspar Waradzéré pedir para a acadêmica do curso de jornalismo e integrante do DCE () Alanna Fernandes a arrecadação, tendo em vista que essa época é fria e em lugares mais afastados da cidade o frio é mais intenso. Alanna levou o pedido para o professor Gilson Morais, que teve a ideia da caixa para arrecadação.

Mas como se deu a aproximação dessa aldeia com a UFMT? Graças ao próprio professor Gilson, que iniciou um projeto de extensão em tribos xavantes no ano de 2014. O projeto tem a ideia de proporcionar o acesso do audiovisual aos povos indígenas: "Nós instalamos cineclubes em 03 aldeias, Namunkurá, São Marcos e Meruri. A universidade doou um kit de exibição de filmes, contendo data show, caixa de som, microfone e mesa de som, para que eles possam assistir principalmente os filmes de outros indígenas que eles denominam parentes." Afirmou Gilson.

Além do projeto de extensão, Gilson foi orientador da aluna Kariny Ellen, que desenvolveu um projeto de pesquisa na aldeia Namunkurá, estreitando ainda mais esse relacionamento. O projeto de Karine foi o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) apresentado para a banca na noite desta terça - feira (03), da qual, o senhor Gaspar (citado no primeiro parágrafo) esteve presente. Kariny foi até a aldeia ensinar os indígenas a trabalhar com o audiovisual, ou seja, eles aprenderam todas as técnicas relacionadas a produção de vídeo. No final, os índios produziram 02 documentários. De acordo com Kariny, a câmera dá aos indígenas o poder de contar a sua versão da história.

Gaspar aprovou o trabalho da acadêmica: "O que a Kariny fez é algo muito lindo". Mas nem sempre os índios tiveram essa abertura. Gilson afirma que no início, na época em que começava o projeto de extensão, existia uma resistência: "A relação com os povos indígenas deve ser um processo muito cuidadoso e acima de tudo respeitoso, pois eles têm uma série de experiências negativas nesse sentido. Muitos pesquisadores e pessoas de outros setores da sociedade sugam o conhecimento que eles tem, a riqueza de diversidade cultural e não dão nada em troca".

Gilson acredita que a universidade precisa abrir as suas portas e dar a possibilidade de participação dos indígenas desenvolvendo mais projetos, pois o número de projetos em parceria com populações indígenas é muito pequeno.



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PIB:Leste do Mato Grosso

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