TVMPF disponibiliza entrevistas com lideranças indígenas sobre o índio no espaço urbano de São Paulo

MPF- http://noticias.pgr.mpf.mp.br - 25/04/2014
Para celebrar mais um Abril Indígena, a TVMPF disponibilizou entrevistas com duas lideranças indígenas de aldeias da Terra Indígena Tenondé Porã, situada na divisa da zona sul de São Paulo com os municípios de São Bernardo do Campo, São Vicente e Monguagá. Nos vídeos são entrevistados o coordenador-geral e de São Paulo da Comissão Guarani Yvyrupa, Marcos dos Santos Tupã, e a vice-diretora da Escola Estadual Indígena Guyra Pepo, Jerá PotyMirim.Os roteiros das entrevistas foram elaborados pela antropóloga Deborah Stucchi, analista do Ministério Público Federal (MPF).

As entrevistas integram o projeto "Cartografia dos direitos humanos", realizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), pela Cátedra Unesco de Educação para Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), pelo Centro Cultural Maria Antonia e pela Procuradoria Regional da República da 3ª Região (PRR3).


Jerá Poty Mirim (Jerá Giselda Guara)


Jerá Poty Mirim reside na Terra Indígena Tenondé Porã, em fase de identificação e demarcação pela Fundação Nacional do Índio (Funai), na região sul do município de São Paulo, divisa com São Bernardo do Campo. Apenas 26,30 hectares das terras Guarani no sul de São Paulo foram homologadas sob a denominação Terra Indígena Barragem pelo Decreto Federal no 94.223, de 14 de abril de 1987. Jerá reocupou, há aproximadamente quatro meses, a aldeia que vem sendo provisoriamente denominada Tenondé Porã II ou Eucaliptos. Ali constituiu um novo tekoa para viver com a família, onde aguarda a regularização dos aproximadamente 16 mil hectares restantes. A Terra Indígena Tenondé Porã abrange os municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo, São Vicente e Mongaguá. As quatro aldeias integrantes da Terra Indígena Tenondé Porã - Guyrapaju, Tenondé Porã, Tenondé Porã II e Krukutu - abrigam mais de mil pessoas.

Jerá Poty Mirim é vice-diretora na Escola Estadual Indígena Guyra Pepo e recentemente foi alçada à liderança interna em Tenondé Porã. Desempenha inúmeras tarefas de grande importância na luta dos Guarani de São Paulo pela demarcação das suas terras, mas como liderança interna, atua principalmente em defesa de outros direitos, como o aconselhamento interno a jovens e mulheres para o enfrentamento da crescente violência contra indivíduos pertencentes à etnia Guarani. Reconhecida como problema, sobretudo para aqueles Guarani que vivem em áreas próximas aos centros urbanos, o enfrentamento da violência mostra-se mais eficaz à medida em que o grupo se organiza e fortalece sua autonomia. Jerá, além disso, ocupa-se em mediar a comunicação da sociedade nacional com os Guarani, trabalhando para melhor qualificar aqueles juruá (não-indígenas) que se interessam pela causa indígena, desenvolvem projetos ou prestam algum tipo de assessoria às comunidadades. Tem uma filha de 12 anos.


Marcos dos Santos Tupã


Marcos Tupã reside na aldeia Guyrapaju, Terra Indígena Tenondé Porã, reocupada em dezembro de 2012 pelo grupo familiar de sua esposa Francisca. Os supostos proprietários da área reclamam a posse em ação judicial. A Terra Indígena Tenondé Porã abrange os municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo, São Vicente e Mongaguá. As quatro aldeias integrantes da Terra Indígena Tenondé Porã - Guyrapaju, Tenondé Porã, Tenondé Porã II e Krukutu - abrigam mais de mil pessoas. A regularização dos 16 mil hectares depende da conclusão do processo administrativo da identificação e demarcação em curso na Funai.

Filho do líder Guarani Senhor Altino, cresceu em Ubatuba onde aprendeu as primeiras noções de política. A família da mãe fundou a aldeia Krukutu, localizada próxima à aldeia Tenondé Porã, onde residiu e lutou, sobretudo, nas causas relativas à educação escolar indígena. Como genro do então cacique Nivaldo, mobilizou-se também pela melhoria do atendimento à saúde indígena. Sua atuação mais destacada atualmente tem sido em defesa da homologação das terras guarani. Participou, em 2006, da constituição da Comissão Guarani Yvyrupa (YVY = TERRA, RUPA = ASSENTO, SUPORTE, LEITO). Marcos Tupã responde pelos cargos de coordenador Tenonde (Geral) e São Paulo da Comissão Guarani Yvyrupa. A Comissão Guarani Yvyrupa foi fundada na Terra Indígena Peguaoty, em Sete Barras, por lideranças políticas e espirituais preocupadas em continuar o esforço dos mais velhos pelo reconhecimento dos direitos territoriais e em assegurar as condições de vida necessárias para o desenvolvimento pleno do nhandereko (o nosso modo de ser Guarani). Tupã empenha-se na luta pelo respeito à integridade das terras, por meio de comissões integradas com objetivo de acompanhar a implantação das medidas de reparação por impactos sociambientais causados por grandes empreendimentos. Exemplifica essa atuação sua luta nos casos da Linha de Transmissão Itaberá-Tijuco Preto, do Rodoanel Mário Covas e do trecho ferroviário duplicado pela América Latina Logística, que afetam as terras indígenas Guarani localizadas no município de São Paulo.



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PIB:Sul

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