Valor Econômico, Empresas, p. B6 - 18/03/2014
Rede óptica leva web a índios no Amapá
Ivone Santana
De São Paulo
Cerca de 7 mil índios da tribo Uaça, do Amapá, poderão navegar em banda larga na internet, dentro de seis meses. As aldeias Tukay, Manga e Estrela receberão conexão por fibra óptica, enquanto a Kumarumã e a Kumene terão acesso por satélite. O provimento do serviço faz parte de uma negociação entre a Oi, as aldeias, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o governo para permitir que a tele passasse sua infraestrutura de fibras ópticas pela reserva indígena, ocupada por diversas aldeias, segundo a Secretaria Extraordinária de Políticas Indígenas.
Essa população fala o idioma Kheuol (língua creoula, patois). Três das aldeias sequer dispõem de energia elétrica, o que vai requerer equipamentos de energia solar com reserva de baterias para conectar os telefones que permitirão comunicação por voz e dados. Os centros de inclusão digital serão implantados em escolas das comunidades.
A rede que vai permitir esses serviços foi inaugurada entre Calçoene, na Guiana Francesa, e Oiapoque, a 590 km de distância de Macapá, no Amapá. O novo trecho tem 240 km e faz parte de uma rede de 800 km de fibra óptica da tele na região (400 km da Eletronorte, gerenciados pela Oi). A infraestrutura se conecta com cabos submarinos até uma central da Oi em Fortaleza. Treze das 16 cidades do Amapá, com mais de 613 mil habitantes, passam a contar com fibra.
O acesso à internet no Amapá era apenas via satélite e com velocidade máxima de transmissão de dados de 1 megabit por segundo (Mbps), a R$ 69,90 mensais. Com a fibra, o preço cai em torno de 15%, para R$ 59,90. Além disso, foram criados planos de 2 Mbps e 5 Mbps, por R$ 79,90 e R$ 109,90, respectivamente. Por conta da promoção "Oi, eu tô na Copa", quem contratar algum dos três planos pagará R$ 29,90 até 31 de julho. Depois, os preços voltarão ao normal.
A Oi é a concessionária da região e tem obrigação de universalização de serviços. A Vivo e a Embratel confirmaram que não têm redes fixas no Estado. A competição local é geralmente por tecnologia móvel ou satélite. Até o fim do ano, a Oi pretende lançar no Amapá o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), com acesso por fibra, com 1 Mbps a R$ 35 por mês.
Apesar de o acesso por satélite ser geralmente mais caro, Carlos Cidade, diretor de politica regulatória e setorial da Oi, disse que a diferença de preço entre as duas tecnologias não é muito grande no Estado porque a tele já vinha ajustando os valores para a fibra.
Segundo o executivo, a Oi optou por cabos aéreos porque a rede segue paralela a uma estrada que corta a floresta. A via tem trechos não pavimentados, sujeitos a inundações, o que danificaria os equipamentos. A operadora implantou 2,5 mil postes, fez parceria com a Telebras e alugou torres da Eletronorte no Macapá. Na Guiana Francesa, alugou infraestrutura aérea e subterrânea da Guyacom.
A Oi também ativou um serviço de telemedicina entre o Hospital de Emergência de Macapá e o Albert Einstein, de São Paulo.
Valor Econômico, 18/03/2014, Empresas, p. B6
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PIB:Amapá/Norte do Pará
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