Parceria realiza primeira feira de ciência indígena

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br - 20/07/2011
Valorizar os trabalhos desenvolvidos em sala de aula e auxiliar na construção de viveiros de mudas nas comunidades indígenas de Roraima estão entre os objetivos da Feira de Ciências Indígena da Região Amajari, que é um subprojeto da iniciativa Wazaka'ye. O evento foi realizado no último dia 14, na comunidade Araçá.

A bolsista do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e coordenadora do projeto, Rachel Pinho explicou que a feira foi uma realização do instituto e que foi previamente discutida durante a 11ª Assembleia Regional do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e em seguida aprovada.

"Depois da proposta discutida, foi submetida ao Edital N 51/2010 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia, sendo concedida com um recurso de R$ 50 mil, destinado a realização da feira,", disse.

O evento reuniu vários trabalhos escolares, apresentados de forma oral e por meio de cartazes, desenvolvidos nas comunidades indígenas Araçá, Guariba, Três Corações, Mangueira, Mutamba, Santa Inês e Leão de Ouro, do município de Amajari. "Estiveram presentes nas apresentações cerca de 100 estudantes e 11 professores", contou Rachel.

A coordenadora destacou que durante o evento três alunos da Escola Estadual Indígena (EEI) Manoel Horácio e Santa Luzia foram premiados com bolsas de Iniciação Científica Júnior do CNPq, com duração de um ano. Além disso, todos os projetos receberam livros.

"As bolsas de R$ 100,00 vão servir de estímulo para os alunos realizarem pesquisas científicas dentro de suas comunidades. Será uma experiência única na vida escolar desses estudantes e também irá valorizar o currículo deles", destacou Rachel.

Os projetos apresentados na feira de ciências trataram de temas de relevância como: reflorestamento, artesanato tradicional, manejo do lixo, plantas medicinais, valorização da língua materna e soberania alimentar.

"Os temas foram selecionados a fim de conscientizar as comunidades indígenas a realizarem ações de melhorias, em busca da qualidade de vida. Todos os participantes se mostraram bem empenhados no projeto", comentou a coordenadora.

Viveiros para produção e conhecimento

Outra ação realizada foi à ajuda para o desenvolvimento do trabalho nos três viveiros de mudas construídos no primeiro semestre deste ano no Amajari, em parceria com o Núcleo Insikiran da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Rachel Pinho comentou que o objetivo é proporcionar um local rico em conhecimento, já que inclui as mais diversas disciplinas escolares. Os viveiros já produziram mais de 20 tipos de plantas fruteiras e madeireiras, que foram plantadas junto com espécies agrícolas em Sistemas Agroflorestais (SAFs).

"Os viveiros não vão ser utilizados pelos professores e alunos somente como fonte de pesquisa, mas também vamos produzir mudas para o reflorestamento de áreas degradáveis, visando assim à preservação ambiental", informou.

A coordenadora salientou que a Feira de Ciências teve o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, apoio da Casa Jaraguá, Instituto Socioambiental e Secretaria Indígena de Amajari.

"O evento mostrou que a união entre escola e comunidade é essencial para a condução dos viveiros e para a melhor qualidade de vida dos moradores. Esse envolvimento na organização e planejamento é o melhor caminho para que as comunidades se tornem independentes na gestão de um viveiro bem sucedido", complementou Rachel.


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PIB:Roraima/Lavrado

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