Garimpeiros rendidos por indígenas são retirados da Terra Yanomami e presos pela PF

G1 Roraima - https://g1.globo.com - 25/04/2024
Eles foram levados à sede da Polícia Federal em Boa Vista pelas Forças Armadas. Garimpeiros foram autuados em flagrante pelos crimes de usurpação de bens e invasão de terras da União e encaminhados para o sistema prisional.

Os 11 garimpeiros rendidos por indígenas Yanomami e entregues à Força Nacional foram retirados da Terra Yanomami e presos pela Polícia Federal nessa quarta-feira (24) pelos crimes de usurpação de bens e invasão de terras da União. Eles foram levados à sede da Polícia Federal em Boa Vista pelas Forças Armadas.

Os invasores foram rendidos pelos indígenas na última terça-feira (23) em uma área conhecia como "Malária", na região de Homoxi, uma das mais atingidas pelo garimpo ilegal no território, que fica entre Amazonas e Roraima. Eles foram entregues para agentes da Força Nacional e desde então estavam sob escolta dos policiais.

A ação de retirada dos garimpeiros ocorreu na quarta-feira por meio da Operação Catrimani II, deflagrada para atuar na desintrusão dos invasores. A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou os garimpeiros até a Base Aérea de Boa Vista, de onde foram levados até a sede da Polícia Federal por agentes da Força Nacional.

"[Eles] ficaram sob escolta da Força Nacional até a chegada do apoio aéreo, visto que os locais para pouso alternativo são afastados, o que requer atenção redobrada ao planejamento e à condução do voo, principalmente por conta da instabilidade da meteorologia", detalhou o Comando Militar da Amazônia.

Na PF, a autoridade policial autuou em flagrante os 11 envolvidos, nove homens e duas mulheres, pelos crimes de usurpação de Bens da União e invasão de Terras da União. Inicialmente, o Ministério dos Povos Indígenas havia informado o número de garimpeiros rendidos era 12, mas a PF e as Forças Armadas informaram nesta quarta-feira que eram 11 pessoas.

Os presos foram encaminhados para o sistema prisional. Eles ainda devem passar por audiência de Custódia.

Grupo rendido por indígenas
Quando os garimpeiros foram rendidos pelos indígenas, a Urihi Associação Yanomami (UAY) informou aos órgãos federais sobre o caso em ofício. No documento, a associação justificou que "[eles] fizeram isso pelo fato de que estavam presenciando o seu único meio de consumir água ser contaminado por mercúrio, em razão da presença dos garimpeiros na localidade".

No documento sobre a captura dos garimpeiros, assinado pelo presidente Júnior Hekurari, a Urihi cobrou mais rapidez nas operações de retirada dos invasores, especialmente nas áreas mais isoladas. Na avaliação da associação, as operações se tornam ineficientes se não forem acompanhadas de monitoramento e estratégias específicas nos pontos de entrada do território.

"As operações já executadas estão muito aquém da necessidade de proteção exigida para frear uma nova expansão do garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami, destacando-se que ainda é possível detectar a presença de invasores nas referidas regiões com episódios de violências".

Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.

Para combater a permanência dos invasores no território, as forças de segurança do governo federal deflagraram a operação Catrimani II. A nova fase de retirada de garimpeiros ocorre após a instalação da Casa de Governo em Roraima, que tem o objetivo de monitorar e enfrentar a crise Yanomami.

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PIB:Roraima/Mata

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