'Um dos principais defensores da Amazônia', afirma Secretário-Geral da Anistia Internacional sobre indígena morto no MA

G1 - https://g1.globo.com - 07/11/2019
Kumi Naidoo falou na maior conferência de tecnologia do mundo sobre Paulo Guajajara, líder indígena assassinado durante uma emboscada de madeireiros.

O Secretário-Geral da Anistia Internacional, Kumi Naidoo, prestou sua homenagem nesta quinta-feira (7) a Paulo Paulino Guajajara no palco principal do Web Summit - a maior conferência de tecnologia do mundo, realizada em Lisboa.

Nas palavras de Kumi Naidoo, Paulo era "um dos principais defensores da Amazônia". Naidoo citou ainda os números da Global Witness. Os dados apontaram que, em 2018, a cada semana, quatro ativistas ambientais foram mortos em algum lugar do mundo. As estatísticas apontam que a maior parte desses assassinatos aconteceu na Amazônia, na África e na Ásia.

Paulo Guajajara foi assassinado durante uma emboscada de madeireiros no dia 1o de novembro, dentro da Terra Indígena Governador, próximo da Terra Arariboia. O conflito também causou a morte do madeireiro Márcio Greykue Moreira Pereira e deixou ferido o primo de Paulo Guajajara, Laércio Guajajara.

Paulo era líder indígena e membro dos 'Guardiões da Floresta', um grupo de índios que vigia, protege e denuncia madeireiros com o intuito de proteger a natureza. Após a morte de Paulo, outros três guardiões que estavam incluídos no Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) foram retirados da floresta sob proteção policial.

Todos os líderes saíram da Terra Indígena com seus familiares e seguiram para um endereço sigiloso por conta das ameaças vindas dos madeireiros. O retorno deles para a floresta depende do fim das ameaças de morte.

Índios protestam

Na segunda-feira (4), lideranças indígenas protestaram na Câmara Municipal do município de Imperatriz, localizado a 629 km de São Luís, a morte de Paulo Guajajara. Os indígenas ocuparam o plenário da câmara e denunciaram a falta de ação das autoridades para impedir que madeireiros invadam as Terras Indígenas.

Eles alegam que a falta de segurança aumenta o risco de conflitos armados nessas áreas. Após a morte do líder indígena, o clima é de muita tensão e medo na região.

A situação na Terra Indígena Araribóia já havia sido denunciada pelo grupo indígena que acusava os madeireiros de ameaça. Segundo os indígenas, as ameaças aumentaram após a apreensão de veículos utilizados na extração ilegal de madeira nas terras indígenas.

Reação das autoridades

Após a morte de Paulo Guajajara, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse por meio de uma rede social que a Polícia Federal irá apurar o assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara na terra indígena de Arariboia, no Maranhão. Moro falou em "crime grave à Justiça.

A coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Imperatriz anunciou que a presidência da fundação vai pedir a ajuda da Força Nacional para a ocupação da região onde Paulo Paulino Guajajara foi morto.

O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) informou que está aguardando o resultado das investigações da Polícia Federal (PF) para tomar as medidas judiciais cabíveis.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), editou o decreto 'Força-Tarefa de Proteção à Vida Indígena (FT-Vida)' que tem como objetivo colaborar com os órgãos federais, responsáveis pelas terras indígenas, no combate à proteção das terras e dos índios 'Guardiões da Floresta'.





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PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins

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