Funai e indígenas participam da maior feira de turismo e negócios da América Latina

Funai - http://www.funai.gov.br - 27/09/2019
O caráter sustentável e singular das atividades turísticas em terras indígenas (TI) tem se destacado no cenário nacional. Casos de sucesso como o etnoturismo dos Guarani Mbya da Tenondé Porã, em São Paulo, e novidades para o ecoturismo do Pico da Neblina na Terra Indígena Yanomami, nos Estados de Roraima e Amazonas, compuseram painel do Ministério do Turismo (MTur) na maior feira internacional de negócios e turismo da América Latina, a 47ª ABAV Expo, na última quinta-feira (26).

A convite do Coletivo Muda! e do Ministério do Turismo, representantes da Funai uniram-se a indígenas, gestores públicos e empreendedores iniciativa privada no painel Os novos caminhos do turismo em territórios indígenas brasileiros. O objetivo foi discutir o potencial turístico existente em TI e ofertado pelas próprias associações e comunidades indígenas. VIslumbra-se, dessa forma, uma excelente oportunidade sustentável de negócio.

"Nossa pauta é influenciar a política pública e o mercado tradicional para repensar a maneira como o turismo está sendo desenvolvido no país. Ele pode ser uma importante ferramenta de promoção do impacto positivo para os povos indígenas, mas precisa ser feito de uma forma consciente e responsável", conta Marianne Costa, representante do Coletivo Muda!, uma associação de empresas de turismo que promoveu o tema no âmbito da feira.

Comprometida em apoiar as iniciativas indígenas para o etnodesenvolvimento, a Funai, por meio do diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS), Giovani Filho, apresentou exemplos de atividades de destaque gerenciadas pelos indígenas em várias partes do país e elucidou os presentes acerca do processo de regulamentação das atividades turísticas em territórios indígenas, definido pela Instrução Normativa no 3.

"Quando conseguimos unir a proteção ao meio ambiente com a geração de renda para essas comunidades, a gente só pode ficar muito feliz. Desejamos que essa atividade frutifique e gere muito empreendimentos turísticos em terras indígenas", declarou o diretor.

Além dos benefícios da geração de renda, as atividades turísticas em terras indígenas contribuem para o uso sustentável de recursos da biodiversidade, para a proteção do território e fortalecimento da identidade cultural.

"A gente trabalha o turismo com as escolas que vêm à nossa aldeia para saber mais da cultura guarani. Nosso objetivo é conscientizar os alunos porque os livros didáticos hoje mostram uma coisa que não é da nossa realidade. Eles saem da aldeia com o pensamento diferente do que trouxeram, sempre respeitando os indígenas. Esperamos que sejam multiplicadores desse conhecimento", comenta Kerexu Mirim sobre a experiência da aldeia Krukutu, TI Tenondé Porã-SP, cujo turismo de base comunitária é pioneiro fora da região amazônica.

Para o Ministério do Turismo, um dos alvos é posicionar o Brasil como um país que respeita as peculiaridades de um turismo sustentável em suas ofertas de visitação em territórios indígenas. "Já tem várias agências interessadas em operar esse tipo de turismo, mas eles não sabem quais são os passos para conseguir trazer para o mercado esse tipo de experiência. Nosso objetivo com o painel foi trazer informações que a desmistificam. Isso pode contribuir na vertente do mercado para ampliar o potencial competitivo de alguns destinos turísticos, sempre pontuando a questão da sustentabilidade e a participação dos indígenas em todas as partes do processo", define Gabrielle Andrade, coordenadoda de turismo representante do MTur no evento.

Yaripo

Durante a feira, Funai e Associação Yanomami do Rio Caubaris e Afluentes (AYRCA) apresentaram o Plano de Visitação do Yaripo, nome dado pelos Yanomami ao Pico da Neblina. O documento define a forma como os indígenas desejam que as atividades turísticas ocorram na TI Yanomami. A publicação se mostra como uma das etapas mais importantes do processo de regularização que deve ser concluído no mês de outubro.

Em breve, os turistas poderão subir o Pico da Neblina, fechado para visitação desde 2003, em expedições que duram 10 dias. Os Yanomami serão os gestores e beneficiários principais do empreendimento.

Conforme dados da Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO), existem hoje no Brasil 18 planos de visitação com anuência da Funai. As modalidades estão voltadas à cultura, meio ambiente, trilhas, escaladas e pesca esportiva.

Assessoria de Comunicação/Funai




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