Índios guaranis aprendem a divulgar a própria cultura

Zero Hora-Porto Alegre-RS - 11/02/2005
Reserva valoriza canto e dança

O marketing indígena ganha força com a ajuda da Emater na reserva Salto Grande do Jacuí. Os 146 índios da aldeia Mbyá Guarani manusearam papéis, canetas e máquinas fotográficas.

- Queremos mostrar nossa cultura para conscientizar o homem branco e receber mais respeito - explica o índio Candino, líder do grupo de 30 pessoas, na maioria crianças, que recebeu a equipe da Emater no final de janeiro.

O projeto Valorização da Cultura Guarani tem a intenção de incentivar os indígenas a expressar a própria cultura, mostrando a reserva sob a perspectiva guarani. A área é cortada por uma estrada vicinal de acesso à queda d'água do Saltinho, onde turistas discriminam e desrespeitam os moradores da aldeia.

- O principal objetivo é a difusão e a preservação da cultura guarani, mantida entre eles pela tradição oral - afirma a antropóloga Mariana Soares.

Os desenhos ilustram os costumes do povo, redações contando histórias e contendo desabafos, fotografias que registram a identidade dos índios. Tudo fará parte de um documentário impresso, provavelmente em forma de folder.

Candino, sempre com a máquina fotográfica na mão, prefere dirigir o olhar da câmera à lavoura de milho. Vistosas, as plantas cultivadas na roça conseguem reter a umidade do solo e não sofrem os efeitos da estiagem.

O complemento do marketing indígena está em uma expressão artística típica dos guaranis. Jovens e crianças da aldeia formaram um grupo de canto e dança, o TKoá Porã (aldeia bonita), para realizar apresentações ao homem branco. O trabalho da Emater vai, aos poucos, quebrando a timidez e a desconfiança dos índios.

- É um avanço. Eles nunca se apresentam em público. Os guaranis são muito reservados - explica a extensionista Tânia Treviso.
PIB:Sul

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