Cerca de 90 indígenas, entre crianças e adultos, ocupam a FUNAI de Araguaína desde o último dia 20 deste mês. São três etnias: Krahô, de Goiatins, Karajá, de Itacajá, e Xambioá, de Santa Fé do Araguaia. E, segundo os próprios indígenas, outras etnias ainda vão chegar para reforça o manifesto.
Os índios reivindicam esclarecimentos e informações sobre o andamento do processo de mitigação de impactos ambientais que a usina de Estreito vai causar dentro das reservas indígenas. De acordo com os índios, eles não participaram das reuniões para conhecer os impactos que a construção da usina vai causar nas reservas.
O grupo solicita, ainda, ajuda do Ministério Público Federal, da direção geral da Funai, em Brasília, CGPIMA, Ibama, do Cerest e WYTY-CATE.
Afastamento
Além disso, eles também pedem o afastamento do atual diretor da Funai, em Araguaína, Cleso Fernandes de Morais, segundo os indígenas em quase dois anos a frente da Funai ele não se preocupou com as aldeias da região.
Na comunidade Xambioá, localizada em Santa Fé do Araguaia, ele nunca esteve na aldeia para saber das necessidades dos indígenas. Os índios reclamam ainda da falta de fiscalização nas áreas de reservas, o que tem causado conflitos entre fazendeiros e indígenas, principalmente nas etnias Krahô, Apinajé e Krikati.
A falta de assistência nas aldeias, de acordo com os indígenas, é constante. Cleso Fernandes também teria se recusado a receber os indígenas que ocupam a sede da Funai, se eles não deixarem o órgão.
A ocupação
A ocupação do prédio, que começou no dia 20, foi tumultuada. Segundo os índios, com a chegada deles na Funai a Polícia Federal foi acionada. Os indígenas acusam os policias de usarem da força para retirar os índios do prédio. Segundo eles, quatro indígenas foram espancados pelos policiais, entre eles o Cacique Valdomiro Krahô, de 62 anos, que depois da agressão voltou para aldeia.
Desde que os indígenas ocuparam a sede da Funai, a direção do órgão não aparece no prédio. Por telefone, tentamos falar com Cleso Fernandes, mais ele não atendeu as ligações. Na Polícia Federal, ninguém comentou sobre as agressões aos indígenas.
Os índios dizem que não vão deixar a sede da Funai enquanto todas as reivindicações não forem atendidas, principalmente o afastamento do atual diretor da órgão em Araguaína.
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins
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- TI Xambioá
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