BLOQUEIO DA BR-317 CHEGA AO FIM

Portal do Purus.com - 05/05/2008
A barreira montada no dia 30 de abril, às 15:00 (três horas da tarde) foi desmontando depois de 52 horas. A liberação do tráfego da rodovia que liga Boca do Acre ao Brasil aconteceu às 19:00 (sete horas da noite) do dia 0 de maio, depois de uma negociação com um representante da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) Regional, no local do bloqueio.

Líderes do movimento pelo fechamento da estrada tiveram uma longa conversa com o Sr. Antonio Preto, representante da instituição no Estado do Amazonas. A pauta da conversa foi a reivindicação dos direitos que cabem aos nativos, pois, segundo os mesmos, a FUNAI vem se fazendo muito ausente em questões capitais, deixando a desejar na assistência ao índio, principalmente ao povo Apurinã da Aldeia Manhê, situada na reserva indígena da BR-317.

As exigências dos Apurinãs foram ouvidas e aparentemente atendidas. O chefe da FUNAI se comprometeu em organizar, em tempo hábil, a ida à Manaus e à Brasília de pessoas que fazem frente à tribo, para que estes exponham suas angústias e tenham suas necessidades atendidas. O rol de reivindicações tem como foco o cumprimento daquilo que reza a lei a favor dos índios e, pegando carona com esse ponto central, outros temas se apresentam como relevantes, dentre eles estão o asfaltamento da BR, uma luta histórica do povo de Boca do Acre, a propagação do Programa do Governo Federal ‘Luz Para Todos’, entre outros benefícios.

Foram dois dias de tensão e muita especulação. Tensão por parte de conflitos em potencial por conta da irritação das pessoas que estavam impedidas de transitar na estrada, tendo em vista que os indígenas não permitiam que circulassem veículos e pessoas, esse conflito que majoritariamente foi percebido somente através da verbalização, por pouco não chegou às vias de fato.

Com relação às especulações, muitas inverdades foram proferidas. Podemos citar os comentários maldosos de que os nativos estavam embebedados, fato que não procede, pois a revista digital PORTAL DO PURUS acompanhou a situação de perto e em nenhum momento percebeu que os Apurinãs estavam ingerindo bebida alcoólica.

Algumas pessoas não esperaram o bloqueio da BR terminar e simplesmente aproveitaram da desatenção dos manifestantes para evadirem-se do local. Uma das pessoas que estava presa na barreira conta que se sentiu literalmente um refém, já que seu direito de ir e vir fora tolhido pelos índios, então, a única forma de conseguir sua liberdade foi fugir do local, alguns passaram até cinco horas caminhando na estrada até conseguir uma carona.

O fluxo normal da rodovia federal foi restabelecido, agora esperamos que os resultados sejam efetivados em forma de melhorias, tanto para os Apurinãs como para os bocacrenses em geral, já que esses também são prejudicados pelo descaso do governo federal.
PIB:Juruá/Jutaí/Purus

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  • TI Apurinã km-124 BR-317
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