Aldeia Wassu Cocal integra comunidade para comemorar o Dia do Índio

Tribuna Hoje - http://www.tribunahoje.com - 20/04/2016
União, respeito e reconhecimento de seus direitos e tradições. Estes foram os sentimentos que ecoaram nas ações promovidas pela comunidade Wassu-Cocal e as suas quatro escolas nesta terça-feira (19) nas celebrações alusivas ao Dia do Índio. As atividades aconteceram na localidade Pedrinhas, em Joaquim Gomes.

Mesmo reconhecendo o Ouricuri como principal religião para as 620 famílias e cerca de 2800 habitantes da aldeia, uma missa campal com batizados abriu oficialmente a programação deste dia. Ao invés dos tradicionais cânticos católicos, índios entoavam as canções do seu povo. E além do momento ecumênico e exposições do artesanato local, pinturas e outras atrações tradicionais como o próprio Toré foram apresentadas durante todo o dia para a comunidade e visitantes.

"Nunca deixamos de comemorar esta data, mas a gente continua na luta. Batizados, casamentos, tudo faz parte das comemorações. Nos sentimentos felizes pela valorização. E deixamos estes ensinamentos para as crianças e jovens, que serão os guerreiros de amanhã. Temos uma cultura renitente, nativa e jamais deixaremos acabar", declarou o Cacique da Wassu Cocal, Geová José Honório da Silva.

Segundo a diretora da Escola Estadual Indígena Manoel Honório, Rosineide dos Santos Silva, um dos grandes focos da comemoração é a unidade entre escola e comunidade. "Tudo começa pela nossa união. Estamos sempre dando continuidade aos trabalhos em busca da educação indígena que queremos", destacou.


Semana Pedagógica


De acordo com a coordenadora pedagógica Geovânia Maria Honório da Silva, as quatro escolas indígenas da rede estadual que compreendem a comunidade - Pré-escola Marlene Marques dos Santos, José Máximo de Oliveira, José Manoel de Souza e a Manoel Honório - iniciaram as comemorações desde a segunda-feira (11) com uma semana inteira de atividades.

"Elaboramos uma semana pedagógica retratando toda trajetória da aldeia: demarcação, comidas típicas, cultura com o toré, pintura e contação de histórias pelo Cacique Geová José e o Pajé José Cícero da Silva", explicou a coordenadora.

Para Izabel Maria da Silva, estudante da 2ª série do Ensino Médio da Escola Estadual José Máximo, a semana fortaleceu ainda mais seu sentimento de pertencimento. "Ouvimos anciões, como o Sr. Kindio, que são arquivos vivos da aldeia, sobre os dialetos, as pinturas e seus significados. Logo vamos ter índios formados em várias áreas. Logo vamos ter índios médicos", comemorou a estudante, que pretende cursar Marketing Empresarial.


Oferta


Segundo o gerente da 12ª Gerência Regional de Educação (Gere), Cícero Pinheiro, cerca de 800 estudantes são atendidos pelas quatro unidades, desde a pré-escola até a 2ª série do Ensino Médio, além da Educação para Jovens e Adultos.

"Ficamos muito empolgados a cada visita, pois, todas as vezes que chegamos aqui, encontramos a sala cheia, inclusive no horário noturno. Saímos fortalecidos", considerou.

Cícero destaca também a boa relação entre as quatro unidades como ponto forte para o desenvolvimento da qualidade da educação na região.

"Além de contarmos com todos os professores graduados ou pós-graduados trabalhando desde disciplinas do currículo da Educação Básica até Educação Indígena, pela facilidade da relação entre as quatro unidades, conseguimos unificar o ensino e agregar o currículo, entre área de atuação e vivência. Nosso papel fica apenas em dar o apoio e as condições. O trabalho é feito por eles, com eles e para eles", pontuou.



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