Índios Karajá mantêm negociações

Jornal do Tocantins-Palmas-TO - 11/08/2004
Libertação do administrador regional da funai e do delegado regional de ensino de araguaína, reféns na aldeia kurehê, estava prevista para a madrugada de hoje


Os índios Karajá da aldeia Kurehê, no município de Santa Fé do Araguaia, a 454 quilômetros de Palmas, no Norte do Estado, demonstraram ontem a disposição de lutar por melhorias para a comunidade. Mesmo obtendo a garantia do Governo do Estado, de que serão construídas mais duas salas de aula na aldeia, para os alunos do Ensino Médio, os índios mantinham reféns, até ontem à noite, o delegado regional de Ensino de Araguaína, Manuel Macedo e o administrador regional da Funai, Marcos Vinícius Anievwiski.

O chefe da Casa Militar do Governo, coronel Edson Nunes, que também era mantido refém desde segunda-feira, viajou ontem à tarde para Palmas, acompanhado do cacique da aldeia, Antônio Marcos Leal Sena Karajá e outros dois representantes da comunidade, Roberval Karajá e Webio Pankararu. Eles se reuniriam com uma comissão já formada pelo Governo para tratar de outras reivindicações dos indígenas, além da escola para a aldeia.

Entre essas reivindicações estão um veículo para a aldeia, instalação de telefone público e de energia elétrica. Os índios também brigam pela abertura de uma nova estrada que facilite o acesso à TO-222 - hoje o percurso é de 40 quilômetros, e pela proposta cairia para 12 quilômetros.

Caminhões
E foi justamente a dificuldade de acesso à aldeia que retardou a liberação dos reféns, condicionada à chegada do material para construção da escola. Os três caminhões enviados ainda no início da manhã de ontem pelo Governo do Estado contendo cimento, tijolo, areia, madeira e ferro, só conseguiram transpor a primeira ponte de madeira da estrada vicinal por volta das 21 horas. Um engenheiro da Secretaria de Infra-estrutura e dois funcionários da Funai trabalharam no reforço da ponte, para suportar o peso dos três caminhões. Os veículos ainda teriam que passar por outra ponte em condições precárias; por isso, a previsão era de chegar à aldeia somente na madrugada de hoje, quando então seriam libertados os reféns. Mesmo assim, os índios afirmaram que manterão retidos os dois veículos da Delegacia Regional de Ensino até a conclusão da obra, prevista inicialmente para a segunda quinzena de setembro.
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins

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