Família tem casa incendiada e é expulsa de aldeia por feitiçaria

A Gazeta News - http://www.agazetanews.com.br - 24/07/2011
Uma família indígena, a mulher, sua mãe, seu marido e seus seis filhos, todos menores, com idades entre 10 meses e 12 anos, teve a residência incendiada e acabou expulsa da Aldeia Limão Verde, acusada de envolvimento com feitiçaria nesse final de semana, em Amambai.

A ação, praticada por membros da própria família da mulher, Izabelia Vilhalba, que apesar dos seis filhos, tem apenas 23 anos de idade, aconteceu no final da tarde desse sábado (23) depois da morte do primo de Izabelia, o indígena Valdemilson Vilhalva.

Segundo Willian Rodrigues, chefe da CTL (Coordenação Técnica Local) da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) em Amambai, que acompanhou pessoalmente o caso, acompanhando o trabalho da Polícia Militar, após a morte Valdemilson, por conta de uma doença, revoltado o pai do rapaz e tio de Izabelia, teria passado a acusar Izabelia de ter "contratado um feitiço", com feiticeiros para matar o rapaz.

Por conta das acusações, outros membros da família também se revoltaram contra Izabelia, se reuniram e foram até a casa da mulher, supostamente para linchá-la, mas como não a encontraram em casa, expulsaram os moradores, o marido, a mãe e os filho da mulher da casa e da reserva indígena e atearam fogo na residência.

Assustada a avó apanhou cinco dos seis netos, algumas coisas que conseguiu salvar da casa e desapareceu com as crianças, vindo a ser localizada somente no final da tarde desse domingo (24) por uma equipe da Polícia Militar Rodoviária Estadual (PRE) da base operacional de Amambai.

Ao ser localizada a mulher disse que, com medo, havia passado a noite com os netos ao relento, aos fundos de um sítio, situado às margens da Rodovia MS-156, trecho que liga Amambai a Tacuru, a cerca de dois quilômetros da aldeia de onde foram expulsos.

A Polícia Militar de Amambai, que já estava trabalhando no caso, esteve no local acompanhado pelo chefe do CTL, Willian Rodrigues e com apoio da PRE, conduziu a avó e os netos para a sede da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar, em Amambai, onde as crianças se encontraram com o pai e com a mãe.

O filho mais velho do casal, um garoto de 12 anos, teria se desgarrado da avó durante a fuga na noite de sábado, mas segundo a FUNAI, teria sido localizado e estava em segurança, abrigado na casa de um parente da família.

Para garantir a segurança da família, após prestar as informações necessárias a policia, a mulher, que nega as acusações de feitiçaria contra o primo, seu marido, seus filhos e sua mãe, foram abrigados pela FUNAI em um hotel da cidade, até que se encontre um local seguro para levá-los.

Outros casos

Casos envolvendo suposta feitiçaria já foram registrados em outras ocasiões na Aldeia Limão Verde em Amambai.

Há alguns anos um cemitério existente em uma propriedade rural próxima a aldeia tiveram vários túmulos violados e artefatos e até restos mortais desapareceram.

Tempos depois um crânio humano, supostamente usurpado do cemitério rural, foi localizado em meio a artefatos usados em um suposto ritual de feitiçaria dentro de uma casa na própria Aldeia Limão Verde.

Em março de 2007 a indígena, Rosalina Araújo de 34 anos, foi assassinada a facadas por um adolescente de 15 anos na reserva indígena.

Ao ser apreendido logo após praticar o crime, o adolescente guarani-kaiowá disse que matou a mulher porque ela era "bruxa" e estadia praticando feitiçaria na aldeia.


http://www.agazetanews.com.br/noticia/policia/48566/familia-tem-casa-incendiada-e-e-expulsa-de-aldeia-por-feiticaria
PIB:Mato Grosso do Sul

Related Protected Areas:

  • TI Aldeia Limão Verde
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.